Brasileiros do Rukh Lviv, clube da primeira divisão ucraniana da cidade de Lviv, no oeste do país, Edson Fernando e Thalles Brenner estão, como todos no país, tentando deixar a Ucrânia. Mas a fuga está, há pelo menos 24 horas, interrompida perto da fronteira com a cidade polonesa de Medyka.
Fila de pessoas tentando deixar a Ucrânia na fronteira com a cidade polonesa de Medyka — Foto: Edson Fernando/Arquivo pessoal
Mais informações sobre jogadores brasileiros na Ucrânia:
- Por falta de segurança, jogadores brasileiros em Kiev decidem não embarcar em trem para oeste da Ucrânia
- Operação de hérnia tira Alan Patrick da Ucrânia antes da invasão
- Resgate de sogra de brasileiro e caminhada rumo à fronteira: atletas deixam a Ucrânia
- Marlon faz apelo para embaixada e relata drama na Ucrânia: "A angústia é profunda"
- Brasileiros relatam crise em Kharkiv, cidade bombardeada na Ucrânia: "Vivendo um pesadelo"
Ainda na Ucrânia, Edson relatou em vídeo detalhes da situação das pessoas que não conseguem chegar à Polônia. No grupo que acompanha os jogadores brasileiros, há inclusive um bebê de um ano e cinco meses, o que aumenta a preocupação de todos, principalmente pelo frio e outras privações.
- A gente já está há quase 24 horas tentando sair aqui da Ucrânia, tentando sair de Lviv, a gente está bem exausto, cansado pra caramba, filas enormes, um caos para sair daqui - disse Edson Fernando, ex-volante do Bahia.
- A forma mais rápida, assim, que a gente está analisando aqui é a gente conseguir um carro, uma van, mas os carros aqui são cheios, ônibus cheios, a gente oferece dinheiro eles não aceitam, uma coisa bem difícil - completou o jogador, que chegou há apenas dois meses ao clube ucraniano e não está acompanhado de parentes no país.
Namorada de Thalles Brenner, a brasileira Jessica também relatou o drama.
Está complicado, gente, está complicado. A gente não sabe o que fazer mais, a gente liga para a Embaixada, eles falam que não podem intervir, porque são leis ucranianas. Mas eu não estou querendo saber de leis, eu quero que me ajudem, a tirar eu, tirar o Thalles, tirar o Edson, tirar a gente daqui. É só atravessar a fronteira, a gente está na porta da fronteira, é só atravessar, gente, pelo amor de Deus - relatou.
Edson Fernando contou que já existe uma estrutura em Medyka para recebê-los, desde que eles consigam atravessar a fronteira.
- Lá na Polônia, já tem uma van esperando a gente, já tem hotel reservado, mas a situação para sair daqui é bastante difícil, uma fila enorme de pessoas andando, e quando você vai chegando perto tem um mar de pessoas, então está um pouco complicado. Graças a Deus, a gente está bem, com saúde aqui, mas a esperança é que a gente possa conseguir passar para o outro lado, para a Polônia.