Desde a última quinta-feira, quando a Rússia invadiu um país vizinho e independente, a Ucrânia, e deu início a uma guerra covarde (como todas são), ocorreram reações e decisões esportivas.
Eu, como muitos, fiquei esperando as posições que o mundo do esporte tomaria. A UEFA tirou a final da Champions League de São Petersburgo, na Rússia, e passou para Paris, na França, corretamente.
Polônia, Suécia e República Tcheca, que estão no mesmo grupo da Rússia na repescagem das eliminatórias para a Copa do Catar, informaram que não jogarão em território russo.
Lewandowski apoiou essa decisão e falou o seguinte:
– Não podemos fingir que nada está acontecendo.
A equipe alemã Schalke 04 tirou o nome do patrocinador russo, Gazprom, da sua camisa. O Manchester United rescindiu o contrato de patrocínio com a empresa aérea russa Aeroflot. No Chelsea, a pressão fez o bilionário russo Roman Abramovich, próximo a Vladimir Putin, anunciar que está entregando o comando do clube.
Em vários, os jogos os clubes vêm se manifestando, e o lema é muito claro: "Parem com a guerra".
Na Itália, placar eletrônico pede fim da guerra antes de Empoli x Juventus — Foto: REUTERS
A UEFA ainda vai decidir o que fazer com os jogos da Liga Europa que envolvem equipes russas e ucranianas. Enquanto isso, artistas e esportistas russos, como a fantástica ex-jogadora de vôlei Ekaterina Gamova, estão contra a guerra e criticando o governo de Putin. Já a Federação Internacional de Vôlei demorou a perceber o problema que seria organizar o Mundial masculino na Rússia de 26 de agosto a 11 de setembro em várias cidades.
Não vi muitas posições de jogadores brasileiros claramente contra a guerra. Alguns se manifestaram em solidariedade aos jogadores brasileiros que estão na Ucrânia, mas não ao povo ucraniano, não com gritos de paz. Por outro lado, gostei de ver a imagem do Richarlison com a bandeira da Ucrânia.
Richarlison presta homenagem à Ucrânia antes de Everton x City — Foto: Reuters
Na minha opinião, a Rússia deveria ser eliminada da próxima Copa do Mundo, e os times russos suspensos das competições europeias por alguns anos, da mesma forma que os clubes ingleses ficaram suspensos, por cinco anos, das competições internacionais depois da tragédia no estádio de Heysel, na Bélgica, em 1985. Esse incidente deixou 39 pessoas mortas e mais de 600 feridas.
Se a suspensão foi de cinco anos em uma tragédia em um jogo de futebol, quantos anos de suspensão merecem as equipes russas por seu país ter causado uma guerra?
Zinchenko chora durante homenagem à Ucrânia da torcida no jogo entre Everton e City — Foto: Reuters
Sanções contra a Rússia estão sendo impostas pelos países ocidentais por causa da guerra. Agora, é preciso que as confederações de todos os esportes também tomem alguma atitude.
O povo russo não tem culpa nenhuma, mas o país tem que ser punido. Causar uma guerra é inaceitável. Ver pessoas morrendo em bombardeios pela TV é angustiante. Não podemos, de forma alguma, deixar por isso mesmo.
Foi assim com a antiga Iugoslávia, em 1992, quando entrou em guerra. Sua seleção estava classificada para a Eurocopa, mas acabou punida. A Dinamarca entrou no seu lugar e foi a campeã.
Vamos ver como o universo do esporte vai agir desta vez. A Rússia será punida ou vão passar pano para os responsáveis por essa guerra?