A Justiça de Goiás mandou suspender um evento de eletrofunk que aconteceria neste sábado (26) em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana de Goiânia. A denúncia do Ministério Público destacou que a organização não apresentou todas as autorizações e que a principal atração, MC Poze, supostamente tem ligações com facção criminosa. A organização da festa vai recorrer da medida.
Na denúncia, foram citadas notícias sobre investigações e supostas atividades ilegais do cantor, no entanto, não foram mostrados outros elementos que fudamentem a ligação. O g1 questionou o Ministério Público sobre informações que constatam o envolvimento do cantor com a facção criminosa, mas não houve retorno até a última atualização da reportagem.
Segundo o documento, a festa não apresentou autorização da Secretaria do Meio Ambiente, do Corpo de Bombeiros e nem Alvará da Prefeitura. O evento “Todo Mundo em Pânico” foi divulgado como o "maior evento de som automotivo" já realizado no município.
O escritório jurídico responsável pelo evento “Todo Mundo em Pânico” afirmou que os produtores estão atendendo todas as exigências das autoridades competentes para que a festa ocorra normalmente e que fez a entrega de ofícios nos órgãos competentes e pediu o licenciamento na Secretaria e Regulação Urbana.
Além de MC Poze, também estavam previstas apresentações do Dj Vinícius Cavalcante e Jiraya Uai. A equipe do Dj Vinícius Cavalcante afirmou que não foi informada da suspensão. Já a assessoria de Jiraya Uai disse que o artista está pronto para se apresentar caso o evento seja realizado. O g1 entrou em contato com a equipe de MC Poze, no entanto, não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
Marlon Brandon Coelho Couto da Silva, conhecido como MC Poze, chegou a ser preso em 2020, no Rio de Janeiro, durante uma investigação de possível ligação com o tráfico de drogas. Contudo, ele foi solto oito dias depois, por decisão judicial. A Justiça do Rio de Janeiro informou, neste sábado (26), que todas as "medidas cautelares impostas contra o cantor foram revogadas em outubro".
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Pelo perfil nas redes sociais, MC Poze publicou um vídeo no aeroporto e escreveu: "Show de hoje caiu, então partiu pra [sic] casa".
Segundo a denúncia do Ministério Público, MC Poze, principal atração do evento, tem músicas que fazem apologia ao uso de drogas e outros temas ligados ao crime.
"MC Poze é ameaçado de morte por facções criminosas rivais, portanto, sua presença pode estimular atos de violência", destacou a denúncia.
Conforme a denúncia, a facção criminosa supostamente ligada ao MC Poze tem rivais em Aparecida de Goiânia e a disputa já teria causado mortes. Com isso, a presença dele na cidade poderia ser o "estopim" para uma nova "guerra de gangues”.
O documento citou ainda a possibilidade de crimes, pouca iluminação e distância entre local do evento e sedes da polícia, bombeiros e outros órgãos.
Público e possíveis crimes
A organização tinha expectativa de um público de 3 mil pessoas, no entanto, conforme a denúncia, o número poderia ser mais significativo, visto que o local de realização tem capacidade para um público três vezes maior e o artista MC Poze costuma incluir nas apresentações a distribuição de dinheiro.
"A festa terá venda de bebidas alcoólicas e não se pode descartar a hipótese da presença de traficantes com a consequente venda de substâncias ilícitas, furtos, presença de veículos com origem criminosa, armas de fogo sem autorização, membros de facções criminosas, estupros (pois o local fica próximo a matas), ameaças, brigas, lesões corporais e, até mesmo, homicídios", citou o documento.
"Além disso, poderá ocorrer presença de menores ingerindo bebidas alcoólicas, infrações de trânsito diversas, perturbação ao sossego, considerando que o evento contará com mais de 100 (cem) veículos com equipamentos de som automotivo interligados e tocando ao mesmo tempo", completou.
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