O cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, acompanhou a live que o colega Gusttavo Lima realizou no Instagram, na noite da última segunda-feira (30), para esclarecer o recebimento de cachês milionários por parte de prefeituras de pequenos municípios do país. Por meio dos comentários em tempo real, Zé Neto se assumiu como o deflagrador da polêmica.

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"Cara, quem tem que dar satisfação sou eu, irmão. Tô atravessando uma fase ruim, sou seu irmão, não precisa se explicar”, escreveu Zé Neto, ao "invadir" a live por meio dos comentários. "Joga pra mim, irmão. Não tem nada a ver com você", acrescentou.

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No dia 13 de maio, ao fazer críticas à cantora Anitta sobre uma tatuagem íntima da funkeira e a utilização da Lei Rouanet, o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, abriu uma crise no mercado de shows. Devido às suas declarações, que acabou dando origem a uma série de questionamentos a respeito das verbas destinadas a apresentações de cantores sertanejos em contratos públicos sem licitação, alguns artistas passaram a perder cachês milionários em cidades pequenas e viraram alvo do Ministério Público.

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O próprio show em que Zé Neto realizou na cidade de Sorriso, no Mato Grosso — ocasião em que realizou as tais críticas à Anitta e à Lei Rouanet — custou R$ 400 mil aos cofres públicos. A performance no palco foi bancada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do município por meio de um contrato com inexigibilidade de licitação. Em português claro, não houve concorrência para a definição de valores pelo serviço prestado.

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"Estamos aqui em Sorriso, no Mato Grosso, um dos estados que sustentou o Brasil durante a pandemia. Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. O nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no 'toba' pra mostrar se está bem ou mal. A gente simplesmente vem aqui e canta", discursou Zé Neto na ocasião, em manifestação de apoio ao governo Bolsonaro.

Show de R$ 800 mil em cidade pequena

Após a polêmica, veio à tona o fato de que Gusttavo Lima recebeu R$ 800 mil da prefeitura de São Luiz, menor município de Roraima, e que tem 8.232 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fazendo as contas, seria como se cada morador pagasse um "ingresso" de R$ 100 pela apresentação.

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O Ministério Público de Roraima está investigando o show, para saber de onde saíram os recursos para o pagamento. Além disso, Gusttavo recebeu críticas por ter citado uma possível "volta" do comunismo e defendido "Deus, a família e a pátria" num show em Brasília.

O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) também instaurou um procedimento para averiguar se há suspeitas na contratação do cantor Gusttavo pela prefeitura de Conceição do Mato Dentro, no interior de Minas Gerais. O artista foi contratado por R$ 1,2 milhão para se apresentar na cidade no dia 20 de junho, durante a 32ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos. O show já foi cancelado pela prefeitura.

— Não é porque é um show para prefeitura que não vou cobrar o meu valor. Esse valor não muda, seja um show privado ou para prefeitura — defendeu-se Gusttavo Lima, na live, ressaltando que possui 500 funcionários em sua equipe.