O município de Paracatu está localizado na divisa com o estado de Goiás, mais especificamente a 385 km de Goiânia e a 200 km de Brasília. A cidade é um importante polo de mineração, com uma mina que está localizada a menos de 2 km do perímetro urbano no Morro do Ouro e um polo atrativo educacional e de trabalho devido à presença de várias instituições de ensino e de empresas.
Paracatu tem muitos comerciantes e produtores de materiais voltados para agricultura e pecuária (selas, botinas e calçados de couro). Fabricações de doces de leite e de frutas, assim como adereços derivados de pedras preciosas, fazem com que o município oferece uma rede ambulante de comercialização nas beiras de rodovia. Algumas fábricas de cachaça também estão presentes por lá.
História
O território era conhecido desde o final do século XVI pelos bandeirantes que vinham da Vila de São Paulo, nas bandeiras de Domingos Luiz Grou (1586-1587), Antônio Macedo (1590), Domingos Rodrigues (1596), Domingo Fernandes (1599) e Nicolau Barreto (1602-1604). No testamento de Martins Rodrigues, membro desta última bandeira, está o primeiro registro que faz referência ao nome mais tarde atribuído ao município "neste sertão e rio de Paracatu, eu, Martim Francisco, determinei fazer cédula de testamento, estando são e de saúde em todo o meu siso e juízo perfeito".
O nome Paracatu é originário do Tupi-Guarani e significa "rio bom". O rio Paracatu é o mais importante do município e também o mais caudaloso afluente do rio São Francisco - que nasce em Minas Gerais e segue em direção ao Nordeste onde está sua foz, entre os estados de Sergipe e Alagoas. O antigo povoado surgiu entre 1690 e 1710, no ponto de convergência dos diversos caminhos que ligavam o litoral - Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro - às “minas gerais” e aos sertões do Brasil.
Era o caminho de ligação entre os primeiros achados de ouro em Minas e, mais tarde, nas terras de Goiás. Era, também, pouso de tropeiros que transportavam o ouro de cidades goianas como Vila Boa de Goyaz (atual Goiás), Luziânia, Pirenópolis, Corumbá, Jaraguá e Pilar de Goiás, para o litoral. Em 1670, a expedição de Lourenço Castanho Taques, o Velho, chegou aos sertões de Paracatu. Documentos existentes na Igreja Matriz registram que, em 1734, existiam casas edificadas entre o córrego Rico e o córrego Pobre.
As minas de Paracatu foram as últimas jazidas descobertas em Minas Gerais, no momento em que a extração do ouro chegava ao fim em outros locais. Diante disso, a cidade ganhou importância no cenário nacional, na primeira metade do século XVIII e conquistou o título de “Princesa do Sertão”.
Na segunda metade do século XX, a mudança da capital do país - do Rio de Janeiro para o Centro-Oeste - alterou a vida pacata da cidade e trouxe muitas modificações. Até então, Paracatu era uma espécie de "oásis dentro do sertão mineiro, uma testemunha silenciosa de séculos áureos dentro da extensa campina, criada sozinha num canto do sertão", como a descreveu o escritor Afonso Arinos.
A partir da década de 1970, a atividade agropecuária e mineral, associada às mais modernas tecnologias mundiais, reinscreveram o nome de Paracatu no cenário nacional. A exploração mineral tecnificada e a agropecuária em bases empresariais são, atualmente, os setores econômicos que mantêm Paracatu como grande produtor de ouro, zinco, grãos, leite e derivados.
Turismo
Paracatu é um daqueles lugares especiais que você só encontra em Minas. De fato, um feliz achado. A cidade possui um preservado centro histórico, testemunha do período colonial, no século 18.
Com certeza será uma boa viagem, com muitas paisagens incríveis. Conhecida como a "capital mundial do pão de queijo", você vai poder se deliciar com essa iguaria em diversos locais de Paracatu, pois cerca de 17 mil unidades desse pãozinho são fabricadas por dia lá.
Vamos te contar agora alguns pontos turísticos imperdíveis em Paracatu. Acompanhe:
Casa da Dona Beija
Foto: Douglas Fernandes
A lendária Dona Beja,uma personagem conhecida pela sociedade do século 19.
Dona Beja residiu em Paracatu por dois anos, quando, após ser raptada, viveu como amante do ouvidor na Vila do Paracatu do Príncipe. É possível conhecer a fachada da sua casa, que fica bem em frente a Praça do Santana, com diversas opções de restaurantes. O local é agradável e ideal para aproveitar um final de tarde e o sabor da cozinha mineira local.
Igreja Matriz de Santo Antônio
Foto: Landerson Coutinho
De 1746, foi construída com taipa e adobe, e com vigas de aroeira em sua estrutura. É a única igreja matriz em minas que não possui torres, por influência dos povoadores paulistas, e seu estilo é mais goiano do que mineiro. Seu interior é belíssimo e normalmente está aberta apenas para missas.
Casa da Cultura
Foto: Franklin Ribeiro
Destinada à organização de eventos artísticos e oficiais e ofertando cursos diversos de artes, a Casa de Cultura é um museu aberto aos feriados e fins de semana. Ocupa um casarão de 1857, que era a residência de um comendador, o Domingos Pimentel de Ulhoa.
Encontrará exposições, informações sobre a cidade e objetos antigos no seu andar superior. Já seu pátio é um tanto fotogênico, com cortes vibrantes de arquitetura colonial. Por meio dele, acessa-se o andar de baixo, onde há uma uma sala de aula. Encontrará cômodos que serviam de senzalas, e uma lojinha de artesanato local!
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
Foto: Hander Júnior
Localizada no Largo do Rosário, há esta igreja de 1744, cuja arquitetura é de transição entre o estilo colonial mineiro e goiano.
Na época da escravidão, era a igreja frequentada pelos negros. Em sua frente, há a cruz do Rosário. Ao seu lado, uma praça com um coreto, enquanto do outro lado uma praça com um busto ao meio.
Museu Histórico Municipal de Paracatu Pedro Salazar Moscoso da Veiga
Foto: Napoleão Motta
O Museu Histórico de Paracatu, inaugurado em 2000, ocupa uma casa histórica e mostra a história da cidade por meio de paineis, documentos e objetos expostos.
Circuito das Cachoeiras do Prata
Foto: Visite Paracatu
Essa região abriga as principais quedas d’água da cidade: Cachoeiras do Ascânio, Cachoeira Sarana, Cachoeira Vale Encantado, Cachoeira Altar, Cachoeira Sete Quedas, Cachoeira do Teixeira, entre outras.
Beco do Ranulfo
Foto: Pinterest
O local oferece uma visão pitoresca da igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Ao seu fundo, há um mural com uma arte de Janaína Campos e pinturas contemporâneas.
Mercado Mineiro
Foto: @mercadomineiroparacatu
Fica na praça da igreja matriz e é uma ótima opção para comprar produtos artesanais mineiros, que são um trem bão de mais da conta! Conta também com restaurante no almoço.
Claro que tem pão de queijo!
Chafariz da Traiana e Passo da Paixão
Foto: Flickr
Construído em 1999 por Fábio Ferrer, o Chafariz da Traiana é um tributo que celebra o ano de 1798, quando o Arraial de São Luiz e Sant’Ana das Minas foi elevado a Vila de Paracatu do Príncipe, por Maria I de Portugal.
No seu topo, há uma obra de uma escrava, que era um tanto cobiçada pela nobreza.
Ao seu lado há o Passo da Paixão, uma capela que homenageia a descoberta do ouro em 1744. Com sorte, encontrará ela aberta.
Ficou com vontade de conhecer Paracatu?
Mais Informações
Associação de Guias de Turismo do Noroeste de Minas - GuiasTur
Endereço: R. Dr. Sérgio Ulhôa, 11 - Centro, Paracatu - MG
Telefone: (38) 99985-5902
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Fotos de capa: Prefeitura Municipal de Maracatu