Adrenalina, correria e emoção à flor da pele. Pode parecer roteiro de cinema, mas é a rotina da médica emergencista Nágylla De La Rocha, de 42 anos, que está bombando nas redes sociais. Seja no helicóptero, nas viaturas ou na central de regulação, com o celular em mãos, ela mostra que segundos podem custar uma vida e compartilha a rotina de socorros e atendimentos no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Goiás e no Distrito Federal (assista ao vídeo acima).
“Gosto de compartilhar a parte humanizada do atendimento, de transmitir amor, para que as pessoas se sintam amadas nos atendimentos. Eu gosto de transmitir que não precisa ser pesado, tem que ser leve. Cada um nasce com um propósito, eu nasci para isso. O pessoal gostou muito e começou a dizer que eu conseguia passar a nossa adrenalina e o nosso amor pela profissão”, contou.
Nagylla mora em Goiânia, mas se formou no Rio Grande do Sul em 2008. A ideia de compartilhar a rotina começou dez anos após a formatura, em um perfil com 1,5 mil seguidores. Hoje, Nágylla soma mais de 115 mil seguidores no Instagram, TikTok e YouTube, que tem, inclusive, mais de 1,6 milhão de visualizações.
“Eu estava fazendo um resgate aéreo e senti que seria bom e queria compartilhar. Abri uma live e nem falei nada, só mostrei o helicóptero. O pessoal começou a chegar, no dia seguinte fiz na viatura e não parei mais”, contou.
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Nágylla De La Rocha, de 42 anos, compartilha a rotina de trabalho no Samu em Goiás — Foto: Arquivo Pessoal/Nágylla e Reprodução/Jana Azevedo Fotografia
Conduta elogiada
Após ser manejada para a central de regulação, que recebe pedidos de socorros ao longo do dia, a médica continuou compartilhando a rotina. Sem expor os pacientes, ela mostra o lado dela dos atendimentos. Um deles, conta com 778 mil visualizações (assista abaixo).
No vídeo, a família ligou pedindo ajuda porque uma mulher estaria em trabalho de parto, mas durante a conversa, ela descobriu a real causa das dores que a paciente estava sentindo.
“Ela contou que carregou uma sacola pesada e estava com uma dorzinha, não estava em trabalho de parto. Aquele acolhimento foi essencial, não precisou encaminhar viatura, me sinto muito feliz e realizada quando, por telefone, consegui identificar, não precisei enviar a equipe e eu pude aliviar o peso e ela ficou mais tranquila”, disse.
Em outro vídeo, Nágylla atendeu uma paciente que passou mal no trabalho. Nos comentários, os internautas elogiaram a postura e atendimento da médica.
“Doutora, já trabalhei com alguns médicos e posso dizer que em poucos pode se ver tanta humanidade assim. Deus fez uma excelente escolha, o mundo precisa de mais médicos assim”, comento uma mulher.
“Você é uma inspiração! Ver seu trabalho me inspira a alcançar meus sonhos! Futuro enfermeiro emergencista”, escreveu outra pessoa.
Nágylla De La Rocha, de 42 anos, compartilha a rotina de trabalho no Samu em Goiás — Foto: Arquivo Pessoal/Nagylla De La Rocha
Propósito
Ao g1, Nágylla contou que sempre quis descobrir o “propósito” da sua vida ei, deles era ser médica. Após a formatura, ela disse que sentiu que ainda não estava completo. Agora, compartilhando sua rotina, ela acredita que chegou onde sempre quis estar e inspira outras pessoas.
“A ideia é mostrar o que acontece do outro lado da esperança do socorro e também inspirar outros colegas. As pessoas dizem que se motivam e se inspiram”, falou.
Nágylla De La Rocha, de 42 anos, compartilha a rotina de trabalho no Samu em Goiás — Foto: Reprodução/Jana Azevedo Fotografia
História marcada
Nágylla descreveu que a atuação na emergência começou logo no início da carreira. Dos quase 15 anos de profissão, uma história foi marcante nos resgates feitos no Samu. A médica e outros colegas estavam na central aguardando a chegada de um mecânico para consertar a viatura disponível, quando ela recebeu uma ligação.
Por telefone, uma técnica em enfermagem disse que estava fazendo os primeiros socorros de uma grávida em trabalho de parto e a criança poderia morrer. Com a voz embargada, a profissional pediu ajuda de Nágylla e dos colegas da unidade.
“Eu sabia que podia dar problema, mas pegamos os equipamentos e fomos no meu carro. Quando chegamos a mãe estava forçando e o bebê já estava roxinho. Consegui fazer o parto, fiz a reanimação e quando ouvi o bebê chorar, chorei junto. Hoje ele tem 5 anos”, relembrou.
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Nágylla De La Rocha, de 42 anos, compartilha a rotina de trabalho no Samu em Goiás — Foto: Reprodução/Jana Azevedo Fotografia