Jeanne Paollini e Kátyna Baía em viagem em Paris, na França — Foto: Reprodução/Redes sociais
As brasileiras que seguem presas na Alemanha há um mês após terem malas trocadas por bagagem com drogas conversaram com a advogada delas em Goiânia por telefone fixo, momento em que desabafaram também sobre a angústia de estarem detidas em uma penitenciária e com saudades da família.
"Elas estão angustiadas porque estão presas há mais de 1 mês e perguntam muito pelos familiares. Elas estão morrendo de saudade. A Kátyna, por exemplo, não conseguiu falar com a mãe nesse tempo todo e elas são muito apegadas", contou a advogada Luna Provázio.
O contato das goianas Jeanne Paollini e Kátyna Baía com o Brasil foi feito até agora basicamente com a advogada, e somente por telefone fixo porque o presídio não permite videochamadas.
Jeanne é veterinária e Kátyna é personal trainer, em Goiânia. Elas viajaram no dia 5 de março para conhecer Berlim e outros países na Europa.
"Elas estão em celas separadas e me relataram que são minúsculas. Elas disseram que passam frio porque o presídio não fornece roupa de frio adequada e elas tiveram todos os bens pessoais apreendidos", relatou a advogada.
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Câmera de segurança mostra goianas chegando no Aeroporto de Goiânia com as malas verdadeiras, em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Prisão após troca de bagagem
As goianas faziam escala em Frankfurt com destino a Berlim, quando foram presas, e as bagagens delas não foram encontradas até hoje. Com a prisão delas, em 5 de março, a Polícia Federal começou a investigar o caso e achou indícios de que elas não estavam levando cocaína para a Alemanha.
Com a apuração, a polícia descobriu que funcionários terceirizados do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, trocavam etiquetas de malas para enviar droga para o exterior. Na terça-feira (4), a polícia prendeu seis investigados.
As autoridades alemãs disseram que há fortes indícios de que as brasileiras são mesmo inocentes, mas querem ter acesso a todos os vídeos obtidos pela Polícia Federal e ao inquérito completo, com a prisão dos suspeitos, antes de soltá-las.
A superintendente da Polícia Federal em Goiás, Marcela Rodrigues, disse que há indícios de que as goianas não eram donas das malas com cocaína.
"Elas embarcaram com malas contendo menos de 20kg e foi identificado no aeropoto da Alemanha 20kg de entorpecentes em cada uma das bagagens. Elas afirmaram que as malas não eram delas", esclareceu a delegada.
Além das goianas presas, há uma outra mulher que saiu de Goiânia com destino à França e também teve a mala trocada no Aeroporto de Guarulhos. Neste caso, a mulher não foi presa.
Médica veterinária Jeanne Paollini e a personal trainer Kátyna Baía estão juntas como casal há mais de 17 anos — Foto: Reprodução/Redes sociais
Prisões mantidas
Jeanne e Kátyna tiveram a prisão mantida pela Justiça de Frankfurt após audiência na manhã desta quarta-feira (5), dia em que completam um mês detidas numa penitenciária feminina da cidade.
Segundo o gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás, que acompanha o caso, um juiz alemão pediu que as provas obtidas pela Polícia Federal durante a investigação sejam enviadas pelo Ministério da Justiça e pelo Itamaraty.
Durante a audiência, o juiz disse que a PF já enviou o inquérito por adida aduaneiro, que é a pessoa que representa o Brasil em assuntos técnicos e de negociação internacional, mas, além dessas provas já enviadas, ele pediu as informações sobre a investigação e o inquérito dos presos na operação de terça-feira.
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Polícia Federal divulgou imagens de funcionários trocando malas por drogas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Anhanguera