Em um gesto de amor, uma mãe de 42 anos doou um rim para o filho, de 25, que em 2020 foi diagnosticado com uma doença renal crônica. Gislaine Vieira Coimbra e o filho, João Henrique Vieira, que é motorista de aplicativo, passaram pelo procedimento no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), em Goiânia.
"É gratificante. Estou tentando ajudar dando de novo a vida", diz a mãe.
Pouco antes do procedimento, o jovem também não escondeu a emoção em receber o órgão da própria mãe.
"É uma felicidade que não tem explicação. É uma vida nova que vou ganhar", comemorou João.
O transplante aconteceu na quarta-feira (2). De acordo com a unidade, até as 8h desta quarta-feira (3), João Henrique estava internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), consciente e respirando espontaneamente. Já a mãe, também consciente e respirando de forma espontânea, estava no quarto do hospital.
LEIA TAMBÉM
Gislaine Vieira Coimbra e o filho, João Henrique Vieira, antes do transplante de rim, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Diagnóstico e compatibilidade
Segundo o próprio hospital, apesar de ter sido diagnosticado em 2020, o jovem não chegou a fazer hemodiálise neste período, uma vez que a equipe logo optou por fazer o transplante. Até esse momento, no entanto, João Henrique conta que tentou diversos tipos de tratamento conservadores, como medicação e alimentação, que acabaram não dando certo.
"Tentamos de todo jeito, inclusive tratamento conservador, que foi onde eu comecei. Vim cuidando da saúde, fazendo dieta, só que chegou uma hora que não deu mais", contou o jovem.
Segundo o hospital, João não chegou a entrar na fila de transplantes. Quando a equipe médica decidiu realizar o transplante, passou a verificar a compatibilidade da família. Por isso, há cerca de seis meses, Gislaine passou por exames que deram positivo para o transplante.
"Só agradeço por ser compatível", comemorou Gislaine.
Gislaine Vieira Coimbra e o filho, João Henrique Vieira, indo para o transplante de rim no Hospital Estadual Alberto Rassi, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Transplante renal intervivos
O tipo de doação pela qual Gislaine e João Henrique passaram é chamado transplante de intervivos, que é feito com um doador vivo. O médico cirurgião geral Marcus Vinícius Chalar explicou que, com o transplante, o jovem poderá ter maior qualidade de vida.
"Pode viajar, pode ter seu próprio negócio. Não precisa ficar vendo quando você ganhou de água, de peso, quanto sal tinha sua comida, que para uma pessoa de qualquer faixa é ruim, mas para uma pessoa muito jovem são restrições muito difíceis", disse o médico.
De agora em diante, a vida de João Henrique, segundo o médico, deverá seguir algumas restrições, mas nada comparado ao que a doença renal crônica impunha a ele antes do transplante.
Veja outras notícias da região no g1 Goiás.