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O registro foi compartilhado nas redes sociais do IOP na última quinta-feira (30). De acordo com o presidente do Instituto Onça-Pintada, Leandro Silveira, não há muitos registros de infanticídio — quando os animais matam suas crias — em cativeiro porque a orientação é que os machos sejam separados da fêmea após a cria. Mas ele pontua que o instituto resolveu testar a possibilidade de deixar o animal participar da criação após perceber que a fêmea ficava agitada e vocalizava chamando o parceiro.

"Fizemos o primeiro teste com um casal e deu certo. O macho respeitou o espaço da fêmea e só se aproximava quando ela permitia. Frida e Tufão já cuidaram de uma cria anterior a essa. Ou seja, essa é sua segunda ninhada juntos", declarou.

De acordo com o biólogo Edson Abrão, na natureza, após o acasalamento, os machos seguem com sua vida, obedecendo ao instinto natural de buscar outras fêmeas.

"Isso se chama 'diversidade genética', o que significa que ele tem que passar essa característica genética para outras fêmeas, por isso ele vai andar sozinho. Inclusive, esse é um comportamento muito comum em quase todos os animais silvestres", declarou.

Ainda segundo Edson, após reencontrar as fêmeas com os filhotes futuramente, o animal pode não reconhecer a cria e matar os filhotes em uma tentativa de antecipar o ciclo de cio da fêmea para cruzar novamente e passar sua característica genética.

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O primeiro caso de infanticídio de onças filhotes pelo pai registrado em Goiás ocorreu em 2001, no Parque Nacional das Emas, e foi noticiado em 2006. Na ocasião, o macho perseguiu a cria por cerca de 40 km até matar os filhotes em busca de procriar novamente com a fêmea.

Segundo Leandro, além de Tufão e Frida, como foram apelidados os animais, outros dois casais também criaram seus filhotes juntos. De acordo com ele, esta é a quinta ninhada em que o macho participa da criação.

"O que aprendemos com isso é que, se os animais tiverem bem-estar, forem saudáveis e estiverem confortáveis em seu ambiente de cativeiro, eles vão tolerar um ao outro nesse momento de criação dos filhotes", afirmou.

O Criadouro Conservacionista do IOP tem a finalidade de reprodução da onça-pintada, que está altamente ameaçada de extinção. Segundo o instituto, o criadouro detém o recorde de reprodução da espécie e mantém o maior plantel reprodutivo do mundo, com 46 animais atualmente.

"A população mantida em cativeiro é uma das estratégias de conservação da espécie, uma forma de garantir que a onça-pintada jamais seja extinta em definitivo", finaliza Leandro.

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