Feliz ano novo a todos!
2022 está apenas começando, e temos duas coisas muito importantes para o povo brasileiro nesse novo ano.
O que será mais importante para o cidadão brasileiro? O hexacampeonato mundial da seleção brasileira ou uma derrota de Jair Bolsonaro nas urnas?
Como um apaixonado por futebol, ex-jogador e comentarista esportivo, acho muito mais difícil o Brasil ser hexacampeão. Mas não é impossível.
Acho muito difícil porque a seleção brasileira tem um futebol muito lento, com pouca intensidade e sem agressividade na marcação e no ataque. Tudo isso em relação ao que vi do futebol europeu.
Tite terá um 2022 desafiador: há muito a arrumar até a Copa do Mundo — Foto: Lucas Figueiredo / CBF
Falta à Seleção um jogador que decida classificações e títulos, porque o que decide jogos nós já temos.
Falta um centroavante de peso, de respeito, que as defesas adversárias olhem e fiquem assustados com o poder de decisão desse jogador. Não estou falando em número de gols, e sim do "peso" dos gols.
Precisamos de um meio-campo mais dinâmico, com criatividade, mais movimentação e que arrisque passes para a frente, visando o ataque – e não que dê a maioria dos passes para o lado e para trás.
Temos uma defesa boa, começando com os três goleiros, que são de confiança: Alisson, Éderson e Weverton.
Já os quatro defensores dependerão da coragem do Tite.
Por exemplo, o melhor lateral-esquerdo disparado é o Guilherme Arana, do Atlético-MG, que tem na agressividade ofensiva a sua melhor arma. Tenho dúvidas se o Tite terá coragem de colocá-lo como titular.
Na lateral direita há o Danilo, que para mim é o melhor que temos hoje, principalmente em comparação ao Daniel Alves – que tem uma espécie de cadeira cativa.
No meio da defesa temos um dos melhores zagueiros do futebol mundial, que é o Marquinhos; O problema é achar quem jogará ao seu lado.
Não confio no emocional do Thiago Silva. Temos o Militão e quem sabe o Lucas Veríssimo, que é o meu preferido, caso se recupere bem e consiga jogar alguns amistosos e muitos jogos pelo Benfica até o dia da última convocação.
Casemiro é uma segurança, mas ao seu lado seria melhor ter um jogador mais dinâmico, que dê ritmo de jogo e apareça como elemento surpresa no ataque e dentro da área.
Precisamos de um Neymar focadíssimo e pensando apenas em jogar futebol e decidir jogos.
Talvez seja uma utopia eu pensar que isso possa acontecer, mas para pensarmos em título ele precisa estar assim.
Precisamos de um Neymar muito focado para decidir classificações e campeonatos — Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Quem sabe também apareça uma novidade jovem ao longo do ano, que possa fazer a diferença.
Tudo é possível, desde que o Tite dê chance para que isso aconteça e esqueça essa coisa de cadeira cativa.
Vamos acompanhar toda a preparação e torcer para que ele ache o time titular com tempo para trabalhar, e que também coloque um esquema com alguma novidade para surpreender os adversários. Não podemos entrar na Copa do mesmo jeito que em 2018.
Respondendo à pergunta que fiz no início do texto: eu, como torcedor da seleção brasileira e cidadão brasileiro, acho muito mais importante o resultado nas urnas do que no campo.
Ser hexacampeão mundial seria maravilhoso, mas ao mesmo tempo precisamos salvar o país.